quarta-feira, novembro 19, 2014

Olhar

O olhar dele pra mim foi assustador.
Me correu um calafrio por toda a espinha só de ter o encarado.
Fiquei paralisada vendo todo aquele pesadelo renascido bem na minha frente.
Durou menos de cinco segundos, mas foi o bastante para eu estremecer.
Ele me observou dos pés à cabeça com a indecência de querer me enclausurar, de me querer presa longe dali. 
Me vomitou com os olhos todos os meus temores e todas as minha fraquezas.
Me jogou contra uma parede de vidro só pra me ver em pedacinhos.
Ele deveria pensar que ninguém podia me salvar;
E eu tão descuidada que fui, olhei pràquele rosto, tão bem feito e preparado.
Tinha uma expressão pavorosa, que de uma certa maneira, me acalmou. 
Percebi então, que um olhar podia terminar com alguma retenção de sentimento, soltar pesos e trazer de volta uma realidade amena para recomeçar.


"E aquilo que os olhos viam, o coração já não sentia". - M. Cendón.

Nenhum comentário:

Postar um comentário