Palavras
que o seu olhar só diz pro meu e que mesmo assim demoro pra
entender.
Moço,
durante tudo o que eu já passei nisso que eu chamo de vida, nunca
fui muito educada. Nunca fui o exemplo de garotinha mimada que tinha
aula de etiquetas e que frequentava aulas de ballet. Sempre fui o
capeta que pintava e bordava, porém do sexo feminino.
Só
que o que me incomoda é a capacidade que tenho de ser delicada
quando entro em contato com o teu corpo. Eu me transformo. Toda a
minha delicadeza e gentileza é usada contigo. Minhas mãos deslizam
sobre cada pedaço teu, cada toque é como se fosse sempre um ápice
e o meu friozinho na barriga junto com teu sorriso fazem com que eu
me sinta completa.
Só
que às vezes, eu canso de existir, canso de viver a minha vida, fico
achando que nada mais pode me fazer bem e que tudo é tua culpa (ou
até não é). E eu acabo ficando com nojo de todo o meu amor. Asco
mesmo. Aquela vontade súbita de te matar e fazer com que tudo não
passe de um mero acidente... Mas daí, incrivelmente, você sorri pra
mim, você toca a sua mão na minha e eu derreto. Toda a dor some.
Acho
que sou complexada. já nessa idade, idealizei o amor e depois me
desfiz de tudo o que pensava ser o tal amor e com isso tenho certeza
de que o ele é muito sacana comigo e a minha única vontade em meio
disso é sugar todo o teu amor, cortar em pedacinhos e te amar só um
pouquinho, assim, sem exagero, mas de que isso é válido?
Eu
não sei qual é a dimensão do teu amor, só sei da suga-cidade que
você tem por mim.