quarta-feira, novembro 28, 2012

Morte em vida.


E quem sabe eu tenha pago na mesma moeda por fingir demais tantos sentimentos.


Um dia em um jardim com algumas flores, o sol e uns amores. Outro dia uma decepção. O mesmo jardim, sem o sol e com espinhos.
Rosas emaranhadas em espinhos doloridos. O amargo do mundo e um saquinho de dor.
A saudade vinha e eu ia. A saudade ia e eu ficava. A saudade ficava e eu surtava. O surto sumia e me fazia bem. A vida vinha e eu parava. A vida parava e eu permanecia. A luz passava e eu morria.
A morte vinha e me levava. O óbito acompanhava a alma, por isso morte em vida. A alma regrava tudo. O fechamento e regeneração de sentidos. A falta e a sobra dos sentimentos. Era pouca compreensão para muito sentir. Era pouco sentir para muita reciprocidade. Contraditório era, mas a bem da verdade é que nem tudo eram só rosas no jardim. 

quarta-feira, novembro 14, 2012

Amor é bullying.

"Ah, ele puxa o seu tapete. O amante? Não, o amor."
(Alícia Roncero)



Amar é doer em si mesmo. Muitas vezes, o amor atrapalha e todas as vezes o amor não é bonitinho. O amor corta, grita, dilacera, clama e o amor é sacana. Talvez o amor tenha gosto de café, mas daqueles bem aguado. O amor é podre e há quem diga ainda que amar é um passo para enlouquecer.
É... O amor é ridículo. O amor não é o céu, mas é pior que o inferno. O amor é físico, quem sabe até químico. O amor incomoda, é paradoxal, o amor ama e sim, o amor dói. 
Se na vida é bom apanhar, às vezes, o amor é quem bate. Xinga, ri da cara dos outros, gargalha da alma e cospe pra cima. Faz sofrer com essa capacidade de humilhar.
Levar um tapa do amor é se perder em si mesmo. É doer dentro e fora. Sangrar, vomitar e ter ataques epiléticos. Tudo porque alguém um dia disse que é preciso amar para ser feliz. Muito traiçoeiro isso. Ainda sigo achando que o amor vira o mundo de cabeça pra baixo. Amar é tortura. Amar é viver o presente, deixando o passado livre e esperando os melhores dos futuros próximos. Amar traz saudades até que boas, mas faz coexistir a nostalgia que acomete mais a repulsa do próprio amar. Não sei se o amor existe mesmo ou é coisa de gente à toa, mas que seja. Sou uma à toa então.  


Autor do título: O Provinciano.

quarta-feira, novembro 07, 2012

Imprestavelmente veneno.

Tem mais veneno que eu e como me dói estar viva.



Minhas palavras se permutam com o tempo. Escorrem léxicos e eles se entranham em minha alma. O veneno dos meus olhos, os mesmos olhos que brilham no céu, faz com que eles se apaixonem por mim. O veneno da minha boca faz todos me odiarem e vivo em um emaranhado entre ódio e amor.
O veneno que me pertence é maligno e maléfico. Uma gota faz com que a minha mente se perca na inutilidade de uma vida. Como ácido, o veneno corrói meu cérebro. Insolúvel e indestrutível. O meu veneno não tem antídoto, minha doença não tem cura. E sabe eles? Os pecados. Ainda estão por aqui.