quarta-feira, novembro 20, 2013

A nessidade que o tempo não apagou.

Palavras bonitas, de certo aflitas...

Quanto tempo eu levei pra juntar todos os pedaços, pra colar tudo e tentar transformar o que tinha se quebrado em algo melhor. E, percebendo tudo a minha volta, eu virei pó.

Nada nessa vida é pra sempre, sendo que tudo vai virando um bola de neve. Até explodir. Tudo se tornando forma de saudade. Uma saudade de palavra. De um sorriso qualquer. De um olhar fixo. Do ódio. De uma afliçãozinha no peito. E do nojo que costumava ser sentido.
Aí me perco procurando palavras que pudessem me consertar e que, quem sabe um dia fizesse com que tudo isso não fosse mais do que um resfriado.

Um resfriado daqueles que te deixa mal por uma semana, te deixa sem respirar, interrompe teu sono e te segue por todos os lugares. (Não que essa analogia tenha feito algum sentido, mas é bem assim).
Um resfriado de verão, que vai passando como a chuva. Que tem altos e baixos, como a vida. E que tem feição de que vai passar, mas se afeiçoa tanto que a gente deixa voar, mas não consegue esquecer.

Aos olhos do tempo, tudo ficou meio cinzento. Passamos tanto tempo sem vir aqui e voltamos com o mesmo assunto. Um amor frustrado e inacabado. Um rascunho que não sei vai.

E no meio fim, se me perguntarem, direi que desisti. 
Se falarem sobre, foi um erro seu. 
E se ignorarem, (des)culparei. 
Culparei a mim, a ti, a nós. 
Culparei a todos por termos feito ser-nós. 
Culparei a vida, a querida e a ida.

quarta-feira, maio 08, 2013

Errado.

Mistakes you know I've made a few...


Talvez eu consiga voltar ao meu normal de ser certo. Certo sem você. Eu poderia estar bem melhor, mas quanto mais penso nas possibilidades dos meus “errados” mais te desejo.
Penso em possessão, obsessão e loucura. Por si só, são meus devaneios... Minhas peripécias de ser assim sem ti e assado contigo.
Não pode ser errado um olhar. Não pode ser errado um aperto forte de mão. Não pode ser errado um beijo roubado. Nada pode ser errado estando junto. Talvez essa falta, não seja vazia, seja excesso. Excesso de amor, de querer bem, de amar. E também, excesso de medo.
Já vivi, já amei, já me perdi, já te perdi e já estive no inferno e agora me responda por que voltei? Porque dentro de tudo isso, você sempre foi o meu melhor amigo. E dentro das coisas que eu não disse e nem fiz, encontrei um jeito de substituir meu “te amo”, por “te cuida”.
Do fundo da minha alma, cuide de todos nossos jeitos errados de ser, por que a gente ama, aprende, parte pra outra... E tudo bem.

quarta-feira, março 13, 2013

Bichinho Asqueroso.

I knew you were a trouble when you walked in...


Se olha no espelho e se acha deslumbrante. Se imagina forte. Pensa que é superior. Sabe mal ele que é nada. Sabe mal ele que está recém em formação. Bichinho burro. 
É aquela espécie que por mais banhos que tome, segue suja. Por mais tratamentos que faça, segue doente. Por mais que lute, segue podre e por mais companheiros que tenha, segue fraca. 
Nauseabundo, importuno e ao mesmo tempo insistente. Como se quisesse ser mais. Como se quisesse me roubar algo, como se quisesse, até talvez, ser eu. 
Aquele bicho que te olha nos olhos e ainda te sorri. Usa de artefatos humilhantes para conseguir o que quer. Puro osso. Um saco de osso, sem alma. Tenta com as mãos, seduzir. Com a voz, conquistar e mantém os ouvidos ligado a tudo e todos. 
Dizem que teve a capacidade de se desenvolver, de andar e de pensar... Mas que raios de pensamentos são esses que em vezes nem os seus semelhantes entendem? 
Saudade dos dinossauros que destruiriam esse bichinho asqueroso só com o olhar e meia unha do mindinho. Esperança nos aliens que com um laser tornariam a pó esse animal ridículo. 
Nada contra os gafanhotos, aranhas, mosquitos, moscas, pulgas e piolhos. Até porque o bicho mais traiçoeiro e burro é o humano. A asquerosidade toma seu ser, o orgulho é a sua essência e o nariz empinado seu objetivo, pena que é tão pequeno, desgraça que não dura pra sempre e ainda bem que será destruído. 

quarta-feira, fevereiro 20, 2013

Ao vento.

Agora sim, posso saber um pouco mais de mim.


Tem vezes que é só barulho lá fora e muita sujeira aqui dentro. É como correr e correr, e sempre morrer na praia. Nem praia tem direito. É só areia. Um monte de areia suja. Folhas e pedras em meio a todo aquele aglomerado. E do nada sopra aquele vento... 
Aquele vento que pode estar levando saudades para alguém que o observa da janela ou aquele vento que pode estar mandando embora o que alguém tenta esquecer. Esses alguns ventos... Dolorosos ou calmantes.
Não que eu saiba escrever ou que vocês gostem de me ler, mas tenho textos decorados e ensaiados só pra me fazer rir. Acho graça das minhas memórias, daquele tempo, daquilo que eu fazia e que hoje são só textículos. 
Aqui dentro, eu fico. Não vou sair a não ser que seja com você. Aqui dentro, eu explodo, mesmo que seja você meu explosivo. Aqui dentro, eu gelo, mesmo que você seja a rocha. Aqui dentro, eu enlouqueço, me mordo, me como, me mato, me morro e me agarro. Pena que o vento tenha levado o meu porto seguro. 
E foi cada vez mais fugindo que eu me aproximei mais. Acho que aqui dentro não foi ninguém, foi eu. Aqui dentro, eu me fortaleci. Mesmo ao vento, mesmo ao relento. 


sexta-feira, fevereiro 01, 2013

Explode.

Antes que as portas se fechem, quero que isso chegue ao fim. 



E continuar aguentando é o que me faz ser firme. Não há para onde ir. Não tenho como ceder.
Ceder seria, mais uma vez, pegar a sua mão quando fica frio. Tentar passar o meu calor. Tentar apenas ser forte.
Acostumando-me com a dor, que não passa. Chegando a hora que não dá mais, perdendo o controle. Explodindo e por mais que eu esteja aqui, só se trata da verdade. Nada que possa ser dito ou feito.
Tão longe, que eu gostaria que você estivesse aqui e tão perto, que eu gostaria que você estivesse lá.  Ainda segue sendo prisão, mas acho que eu consigo. Consigo o quê? Só consigo. 
É notável que nada muda o destino, nada muda (entre)olhares e nada muda sentimentos. Nem o tempo. E eu já me acostumei a doer. Tão me acostumei que parece que quando não tenho dor no peito, é como se eu estivesse vazia por dentro, mas de verdade, a dor é que me fez ser vazia, por alienação. 

Uma dorzinha de sexta, o que chega a ser pior do que de quarta.

quarta-feira, janeiro 23, 2013

Mas, na verdade, eram as grades da prisão.

É alta madrugada, já é tarde demais pra pedir perdão... Pra fingir que não foi mal.



Eu costumava ter calor, ser bem quente. Ter brilho na alma e alegria nos olhos. E agora, me encontro no gelo. É como se eu tivesse guardado todas as lágrimas que eu podia ter jorrado rosto abaixo e as transformado em gelo. E toda essa camada de lágrimas-gelo que pra mim, pro meu tamanho não seja nada proporcional e que seja extremamente gigante, perto da rocha congelada seja só uma lâmina de gelo. Aquela primeira lâmina que se forma quando enchemos as fôrmas de gelo e botamos na geladeira. 
Me colocaram na geladeira! Eu mesma me coloquei. Bem altruísta.
Já estive presa em relacionamento, já estive presa em corpo, presa em pesadelos e morta em vida. Aqui, estou presa em vida. Não morri, mas me prendi. Me privei, não curti. Não vivi, me esqueci. 
De tão forte que sou chego a ser a pior das fracas, daquelas que não chora por medo e nem por orgulho. Virei até contraditória, contemplava a arte de lavar a alma e agora tenho aversão a ela. 
E aquela rocha lá de cima, a congelada, parece que tem o prazer de soltar um pedaço dela mirando bem a mim, a minha laminazinha, tão fininha que me faz quebrar ao meio e depois em pedacinhos. 
Tão quebrada que não tenho voz nem vez. Só preocupação e solidão. 

Pensei que era liberdade, mas na verdade era só solidão.

quarta-feira, janeiro 09, 2013

Meio cheio, meio vazio.



Cheio. Vazio. Meio cheio. Eu nem sei mais o que é. E se eu soubesse eu já teria me livrado disso.  Mesmo não sabendo o que é, infla, angustia e dói. 
Dói sem doer. Arde sem arder. Ama sem amar. Teme sem temer e sem ser temor. 
É tanto "sem" para pouco "eu" que só sei pensar que se fosse muito eu, eu já teria me perdido na besteira que chamo de vida.