Agora sim, posso saber um pouco mais de mim.
Tem vezes que é só barulho lá fora e muita sujeira aqui dentro. É como correr e correr, e sempre morrer na praia. Nem praia tem direito. É só areia. Um monte de areia suja. Folhas e pedras em meio a todo aquele aglomerado. E do nada sopra aquele vento...
Aquele vento que pode estar levando saudades para alguém que o observa da janela ou aquele vento que pode estar mandando embora o que alguém tenta esquecer. Esses alguns ventos... Dolorosos ou calmantes.
Não que eu saiba escrever ou que vocês gostem de me ler, mas tenho textos decorados e ensaiados só pra me fazer rir. Acho graça das minhas memórias, daquele tempo, daquilo que eu fazia e que hoje são só textículos.
Aqui dentro, eu fico. Não vou sair a não ser que seja com você. Aqui dentro, eu explodo, mesmo que seja você meu explosivo. Aqui dentro, eu gelo, mesmo que você seja a rocha. Aqui dentro, eu enlouqueço, me mordo, me como, me mato, me morro e me agarro. Pena que o vento tenha levado o meu porto seguro.
E foi cada vez mais fugindo que eu me aproximei mais. Acho que aqui dentro não foi ninguém, foi eu. Aqui dentro, eu me fortaleci. Mesmo ao vento, mesmo ao relento.