quarta-feira, fevereiro 20, 2013

Ao vento.

Agora sim, posso saber um pouco mais de mim.


Tem vezes que é só barulho lá fora e muita sujeira aqui dentro. É como correr e correr, e sempre morrer na praia. Nem praia tem direito. É só areia. Um monte de areia suja. Folhas e pedras em meio a todo aquele aglomerado. E do nada sopra aquele vento... 
Aquele vento que pode estar levando saudades para alguém que o observa da janela ou aquele vento que pode estar mandando embora o que alguém tenta esquecer. Esses alguns ventos... Dolorosos ou calmantes.
Não que eu saiba escrever ou que vocês gostem de me ler, mas tenho textos decorados e ensaiados só pra me fazer rir. Acho graça das minhas memórias, daquele tempo, daquilo que eu fazia e que hoje são só textículos. 
Aqui dentro, eu fico. Não vou sair a não ser que seja com você. Aqui dentro, eu explodo, mesmo que seja você meu explosivo. Aqui dentro, eu gelo, mesmo que você seja a rocha. Aqui dentro, eu enlouqueço, me mordo, me como, me mato, me morro e me agarro. Pena que o vento tenha levado o meu porto seguro. 
E foi cada vez mais fugindo que eu me aproximei mais. Acho que aqui dentro não foi ninguém, foi eu. Aqui dentro, eu me fortaleci. Mesmo ao vento, mesmo ao relento. 


sexta-feira, fevereiro 01, 2013

Explode.

Antes que as portas se fechem, quero que isso chegue ao fim. 



E continuar aguentando é o que me faz ser firme. Não há para onde ir. Não tenho como ceder.
Ceder seria, mais uma vez, pegar a sua mão quando fica frio. Tentar passar o meu calor. Tentar apenas ser forte.
Acostumando-me com a dor, que não passa. Chegando a hora que não dá mais, perdendo o controle. Explodindo e por mais que eu esteja aqui, só se trata da verdade. Nada que possa ser dito ou feito.
Tão longe, que eu gostaria que você estivesse aqui e tão perto, que eu gostaria que você estivesse lá.  Ainda segue sendo prisão, mas acho que eu consigo. Consigo o quê? Só consigo. 
É notável que nada muda o destino, nada muda (entre)olhares e nada muda sentimentos. Nem o tempo. E eu já me acostumei a doer. Tão me acostumei que parece que quando não tenho dor no peito, é como se eu estivesse vazia por dentro, mas de verdade, a dor é que me fez ser vazia, por alienação. 

Uma dorzinha de sexta, o que chega a ser pior do que de quarta.